A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, comentou, na tarde desta sexta-feira (7), o episódio de racismo cometido pelo vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL), contra um segurança do clube, depois do jogo contra o Mirassol, pelo Paulistão.
Leila lamentou a falta de ação dos policiais presentes no estádio Maião, em Mirassol (SP), e disse que “enquanto medidas não forem tomadas, os crimes continuarão acontecendo”.
O assunto voltou à tona após Luighi, atacante do Palmeiras, sofrer ofensas racistas em um jogo contra o Cerro Porteño, pela Libertadores sub-20, na quinta-feira (6), no Paraguai.
“Eu estou falando isso porque recentemente, há 15 dias, um colaborador nosso da segurança foi criminosamente atacado pelo crime de racismo pelo vice-prefeito de São José do Rio Preto. Na frente de três policiais, que não fizeram absolutamente nada. Essa pessoa que atingiu nosso colaborador de uma forma criminosa e racista deveria ser preso em flagrante. Na frente de três policiais”, disse.
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Leila Pereira, presidente do Palmeiras, comentou o episódio de racismo cometido pelo vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL) — Foto: Cesar Greco/Palmeiras
A presidente do Palmeiras também comentou as medidas que estão sendo tomadas em relação ao caso.
“Nós estamos fazendo aqui, de uma forma jurídica, e essa pessoa será processada na esfera civil e criminal, mas poderia ser presa ali em flagrante. Um vice-prefeito, e absolutamente nada foi feito. Então, enquanto houver essa certeza da impunidade, esse crime vai continuar prosperando”, completou.
Leila ainda reforçou que o Palmeiras tomará medidas sobre ambos os casos.
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Vice-prefeito Fábio Marcondes (PL) aparece xingando funcionário do Palmeiras de ‘lixo’ em Mirassol (SP) — Foto: Reprodução/TV Globo
Pedido de afastamento prorrogado
Na quinta-feira, a Prefeitura de São José do Rio Preto informou que Fábio Marcondes segue afastado. Ele pediu prorrogação do pedido por mais 10 dias. Veja a nota divulgada:
“A Prefeitura de São José do Rio Preto reafirma seu compromisso inegociável com os princípios da igualdade, do respeito e da justiça. Desde o início do ocorrido, adotamos as medidas cabíveis e mantemos nossa posição de repúdio a qualquer ato de racismo.
Conforme informado na Nota Oficial de 24/02, o vice-prefeito Fábio Marcondes foi exonerado do cargo de Secretário Municipal de Obras e solicitou licença do cargo de vice-prefeito.
Posteriormente, em 06/03, comunicamos que o vice-prefeito seguirá afastado de suas funções por mais 10 dias, conforme atestado médico.
Seguimos comprometidos com a ética, a transparência e o cumprimento da lei, focados no trabalho para atender a população de Rio Preto.”
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Vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes (PL), é investigado por injúria racial após xingar segurança do Palmeiras — Foto: Reprodução/TV Globo
Relembre o caso
Em um vídeo gravado pela TV TEM, Fábio Marcondes aparece xingando o funcionário do Palmeiras de “lixo”. Na sequência, quando o vice-prefeito está de costas para a câmera, é possível ouvir um grito de “macaco velho”. Imediatamente, um dos seguranças rebate: “Racismo não”.
Na manhã do dia 24 de fevereiro, Marcondes pediu exoneração do cargo de secretário de Obras, que ele acumulava, e solicitou licença médica da função de vice-prefeito pelo período de 10 dias.
À redação da TV TEM, Marcondes afirmou que “as imagens divulgadas representam apenas um recorte dos acontecimentos, não refletindo a totalidade dos fatos”. De acordo com o vice-prefeito, a discussão teve início após ofensas dirigidas ao filho dele e “o caso ocorreu no âmbito pessoal”.
O g1 também entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para pedir atualizações sobre a conduta dos três policiais que estavam no local, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.
