Justiça absolve homem acusado de matar companheira esfaqueada e fugir após deixá-la em posto de saúde
O autônomo Júlio César Borges, acusado de matar com um golpe de faca a companheira Valéria Cristina Signorini de Mello, em seguida levar a vítima até o posto de saúde, foi absolvido após júri popular em São José do Rio Preto (SP). A decisão foi divulgada na tarde de quinta-feira (11). Cabe recurso.
O Ministério Público (MP) entendeu pela absolvição do acusado com base na tese de legitima defesa. De acordo com o depoimento de Júlio, as agressões eram recíprocas. Testemunhas também relataram que ouviram a discussão entre o réu e a vítima, no dia do crime.
O advogado de defesa do réu, Henrique Tremura defendeu que Júlio só reagiu as agressões.
“Eles estavam brigando, essas brigas eram constantes. Ela pegou uma faca e veio para cima dele. Durante essa briga corporal, ele conseguiu tirar a faca dela e acabou atingindo a mulher uma única vez, em um único golpe, que acabou resultando a morte dela”, explica Henrique.
O g1 tenta contato com o Promotor de Justiça responsável pelo caso, Horival Marques de Freitas Junior.
Mulher é resgatada por equipe da UPA Tangará em Rio Preto — Foto: Reprodução
O julgamento aconteceu cinco anos após o crime. O casal viveu em união estável por aproximadamente 10 anos. Após golpear a pedagoga, o réu levou a companheira até o posto de saúde. A ação foi registrada por câmera de segurança. (Veja vídeo acima)
Valéria Cristina, de 51 anos, morreu após ser esfaqueada por companheiro — Foto: Redes Sociais/Facebook
Suspeito fugiu após o crime
O crime aconteceu no dia 1° de maio de 2019, no bairro Jardim Urano, em Rio Preto. Em seguida, Júlio socorreu Valéria para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tangará. A vítima foi transferida para o Hospital de Base, mas não resistiu ao ferimento.
Suspeito de matar mulher a facada se apresenta para a polícia — Foto: Reprodução/TV TEM
O autônomo fugiu e, dias depois, se apresentou à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Ele prestou depoimento, acompanhado do advogado, foi liberado para ser investigado em liberdade.
À época, o promotor de Justiça Marcos Antônio Lelis denunciou Júlio por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e em razão da condição do sexo feminino.
O advogado Henrique Tremura interpôs recurso alegando que o cliente agiu em legítima defesa e apresentou argumentos para tentar afastar as qualificadoras.
A juíza Maria Letícia Pozzi Buassi decidiu para realização de júri popular que foi marcado para quinta-feira(11).