O impacto do excesso de tecnologia no desenvolvimento infantil
O uso de dispositivos tecnológicos por crianças e adolescentes é um tema que gera debates entre pais e profissionais da saúde. O excesso de tempo de tela pode levar a problemas como baixa qualidade do sono, má alimentação e impactos físicos e psicológicos. Dra. Kamilla Moussa, pediatra, e Dra. Rebeca Gigante, neurologista, ambas da Unimed Campo Grande, abordam o tema.
Desconhecimento dos Pais
Segundo Dra. Kamilla Moussa, muitos pais não têm conhecimento de que o uso excessivo de telas pode ser prejudicial. A médica destaca que o problema interfere na qualidade do sono e na rotina de alimentação das crianças.
Interferências no Desenvolvimento Cerebral
Dra. Rebeca Gigante explica que a exposição à luz artificial dos dispositivos pode afetar o ciclo circadiano, levando a problemas como insônia e obesidade. Além disso, o excesso de tela pode comprometer o rendimento escolar e o desenvolvimento de habilidades motoras e de linguagem.
Recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda limites de tempo de tela de acordo com a faixa etária. Para crianças de até 2 anos, o ideal é evitar telas; de 2 a 5 anos, uma hora por dia; de 6 a 11 anos, de uma a duas horas; e de 11 a 18 anos, no máximo três horas.
Dopamina e Vício
Dra. Rebeca Gigante ressalta que a dopamina, neurotransmissor liberado durante o uso de dispositivos, pode levar ao vício. O problema não é a recompensa em si, mas a quantidade excessiva, que afeta tanto crianças quanto adultos.
Desafios Pós-Pandemia
O período pós-pandêmico intensificou o uso de telas, afetando o desenvolvimento de habilidades como fala e equilíbrio. Dra. Kamilla Moussa sugere que os pais devem se desconectar e incentivar brincadeiras ao ar livre.
Dicas Práticas
Para mitigar os efeitos negativos, os especialistas recomendam estabelecer horários e limites para o uso de telas, incentivar atividades ao ar livre e estimular o convívio social com outras crianças.
Conclusão
O uso equilibrado de tecnologia é crucial para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. É responsabilidade dos pais estabelecer limites e oferecer alternativas que favoreçam o desenvolvimento integral dos filhos.