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“Los Lobos” reivindica assassinato de candidato à Presidência do Equador e ameaça outro competidor

Uma onda de choque reverberou pela política equatoriana quando a facção criminosa “Los Lobos”, uma das maiores e mais temidas organizações do país, reivindicou a autoria do assassinato brutal de Fernando Villavicencio, um candidato à presidência, e ameaçou outro concorrente. O ataque a tiros, que ocorreu na última quarta-feira (9), abalou profundamente o processo eleitoral do Equador, gerando preocupações sobre a segurança das próximas eleições marcadas para 20 de agosto.

Em um vídeo macabro divulgado no antigo Twitter, agora conhecido como X, homens encapuzados, identificados como membros da facção “Los Lobos”, acusaram publicamente Villavicencio de não cumprir suas promessas políticas. Alegando que os políticos corruptos desviaram milhões de dólares de financiamento de campanha, os homens declararam que tais traições não seriam toleradas. “Queríamos deixar claro para toda a nação equatoriana que toda vez que os políticos corruptos não cumprirem a promessa que estabeleceram quando receberam nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, eles serão dispensados”, disse um porta-voz do grupo. A ameaça foi estendida a Jan Topić, outro candidato presidencial, que também foi advertido a cumprir suas promessas políticas sob pena de enfrentar o mesmo destino trágico.

Fernando Villavicencio, de 59 anos, foi morto a tiros na cabeça enquanto saía de um evento político. As imagens chocantes do assassinato, compartilhadas nas redes sociais, mostram o momento em que o candidato pelo Movimento Construye foi atingido pelos disparos. O atentado deixou ao menos sete pessoas feridas. A Procuradoria Geral do Equador já prendeu seis suspeitos ligados ao assassinato, enquanto outro suspeito morreu em um confronto armado com seguranças.

Em resposta à crise política e de segurança desencadeada pelo assassinato, o presidente equatoriano Guillermo Lasso declarou estado de exceção por 60 dias em todo o país. Ele garantiu que as Forças Armadas estão mobilizadas para assegurar a segurança dos cidadãos e a realização das eleições planejadas para 20 de agosto. “As eleições estão mantidas, e as Forças Armadas estão mobilizadas em todo o território nacional para garantir a segurança dos cidadãos, a tranquilidade do país e as eleições livres e democráticas”, afirmou o presidente em um pronunciamento.

As eleições presidenciais, que também incluem a escolha de um vice-presidente e 137 congressistas, foram convocadas após a dissolução da Assembleia Nacional do Equador em maio. O assassinato de Villavicencio lançou incertezas sobre o processo eleitoral, uma vez que ele estava posicionado entre o quarto e o quinto lugar nas pesquisas recentes, com uma intenção de voto variando de 6,8% a 7,4%. A candidata Luisa González, do movimento Revolução Cidadã, lidera todas as pesquisas, com um percentual que varia entre 29,2% e 30,5%. Enquanto o país se recupera do choque desse trágico evento, as autoridades equatorianas enfrentam o desafio de manter a estabilidade e a integridade do processo democrático.

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